domingo, 15 de outubro de 2017

Review: Wintersun - The Forest Seasons


Por Pedro Humangous


Um dos projetos mais queridos dos últimos anos e um dos discos mais esperados pelos fãs, “The Forest Seasons” chega em 2017 para saciar essa sede pelo Metal de qualidade, atmosférico e épico. Pra quem anda perdido e ainda não conhece o Wintersun, a banda começou como um projeto paralelo (e solo) do finlandês Jari Mäenpää, ex-Ensiferum. O primeiro álbum, autointitulado, lançado em 2004, foi um tremendo sucesso, trazendo um Melodic Death Metal de primeira. Após uma longa espera – oito anos, pra ser mais preciso – lançaram “Time I”, já com uma leve mudança no direcionamento do som, ainda mais complexo e sinfônico. Mais cinco anos de espera e finalmente temos a oportunidade de ouvir mais uma obra desse projeto que já se tornou uma grande banda no cenário mundial. “The Forest Seasons” é ousado, com apenas quatro faixas (todas com mais de 10 minutos cada) os músicos buscam expressar as estações do ano através de suas músicas. É incrível como cada estação é muito bem representada, sonoramente falando, sendo a primeira a Primavera (“Awaken From The Dark Slumber”), mais leve e pra cima, os ritmos vão crescendo conforme o disco progride. Na sequência temos o Verão (The Forest That Weeps”), uma composição mais simples e direta, mais feliz, com vocais limpos e lindos refrãos. Em seguida vem o Outono (“Eternal Darkness”), mais sombrio e carregado de emoções, o peso e a velocidade imperam, trazendo alguns elementos do Black Metal. Interessante as camadas de vozes e teclados inseridos em todas as músicas, dando aquela sensação de grandiosidade. Fechando o trabalho temos o Inverno (“Loneliness”), assim como a estação, a música torna-se mais fria, mais melancólica, mais arrastada, puxando mais pro Doom. 


A teoria e a concepção desse álbum são sensacionais, você realmente se sente passando pelas quatro estações do ano, curtindo o disco com um pouco de cada estilo. Gostei mais da Primavera e do Outono, mais bem representados – o primeiro mais dinâmico, com solos e guitarras pesadas sem deixar de lado a tradicional melodia, o segundo mais porrada, enérgico, com bumbos duplos e vocais ensandecidos. Porém, todas possuem guitarras supersônicas, uma ambientação cuidadosa dando um clima perfeito em cada faixa apresentada. A demora em soltar cada álbum talvez seja pela necessidade do grupo em compor sempre em busca da perfeição, atentos a cada detalhe, entregando uma verdadeira obra de arte. A própria arte da capa (feita pelo experiente Gyula Havancsak) já é uma pintura belíssima e revela algumas características da música que a acompanha. Alguns pontos merecem mais atenção nos próximos discos, a bateria soa muito mecânica e seca e as faixas, por serem muito longas, acabam soando um pouco repetitivas e acabam cansando o ouvindo durante a audição do álbum por completo. Apesar de muitas gente ter falado mal desse trabalho na internet, particularmente gostei bastante e achei a altura dos discos anteriores do Wintersun. Só me deixou ainda mais curioso e ansioso para ouvir “Time II”, a tão prometida sequência! 


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