domingo, 21 de maio de 2017

Review: Ex Deo – The Immortal Wars


Por Pedro Humangous

Não vou negar, eu gosto desses projetos paralelos, formação de supergrupos. Em sua maioria, são criados novos e grandiosos trabalhos que vão além da sonoridade usual das bandas, digamos, tradicionais. “The Immortal Wars” é o terceiro lançamento do projeto paralelo dos membros da banda Kataklysm, capitaneado por Maurizio Iacono (vocalista). A temática escolhida dessa vez foi a história de Hannibal, um jovem destemido, conhecido por desafiar a supremacia romana utilizando-se de gigantes elefantes africanos. O Death Metal sinfônico ganhou aqui ainda mais potência e está ainda mais pomposo, cinematográfico e grandioso! Tudo soa mais épico, agressivo e super melódico. O veneno foi concentrado em apenas oito faixas (sendo “Suavetaurilia” uma vinheta) não chegando a quarenta minutos de música. Pra mim, isso foi um ponto positivo, pois torna o álbum mais conciso, mais impactante e menos cansativo. “The Rise Of Hannibal” já mostra rapidamente o cartão de visitas, com um riff atmosférico e um andamento mais lento, a faixa soa como um exército antigo marchando para a batalha. As partes orquestrais dão um clima fantástico, com destaque para as trombetas e camadas de teclados que preenchem todos os espaços possíveis e dão mais dinâmica às composições. Maurizio dá um show à parte, uma performance inspirada em todas as músicas, seja com suas narrações no meio das músicas (feito um grito de guerra ou discurso de um líder para seu povo), seja com seus incríveis vocais guturais rasgados tão característicos. “Hispania (Siege Of Saguntum)” se utiliza de mais velocidade e riffs beirando o Black Metal, mais no estilão do atual Dimmu Borgir, e de passagens lindas de teclado que lembram construções do Borknagar. “Crossing The Alps” também possui linhas de guitarras muito interessantes e extremamente viciantes, vocais variados e um solo fantástico, tornando-se uma das minhas favoritas. “Cato Major: Carthago Delenda Est!” vem na sequência com bastante impacto e poder de fogo, lembrando um pouco o som do Septicflesh, assumindo um lado mais sombrio sem deixar de lado a beleza das orquestrações, sempre muito bem encaixadas. As três últimas seguem a mesma fórmula, cada uma com sua essência, mas todas bombásticas, exacerbando suas grandiosidades. O encarte é maravilhoso, repleto de figuras que exemplificam o que as letras retratam, além da belíssima arte da capa, feita pelo experiente Eliran Kantor (trabalhou com bandas como Kreator, Testament, Soulfly, etc). “The Immortal Wars” se mostra um álbum muito bem trabalhado, surpreendente e muito superior a muita coisa que é lançada atualmente – quase superando sua banda principal, o Kataklysm. Um dos destaques do ano quando o assunto é música extrema e de qualidade, não deixe de ouvir!


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