Por Pedro Humangous
Não vou negar, eu gosto desses projetos
paralelos, formação de supergrupos. Em sua maioria, são criados novos e
grandiosos trabalhos que vão além da sonoridade usual das bandas, digamos,
tradicionais. “The Immortal Wars” é o terceiro lançamento do projeto paralelo
dos membros da banda Kataklysm, capitaneado por Maurizio Iacono (vocalista). A
temática escolhida dessa vez foi a história de Hannibal, um jovem destemido,
conhecido por desafiar a supremacia romana utilizando-se de gigantes elefantes
africanos. O Death Metal sinfônico ganhou aqui ainda mais potência e está ainda
mais pomposo, cinematográfico e grandioso! Tudo soa mais épico, agressivo e
super melódico. O veneno foi concentrado em apenas oito faixas (sendo “Suavetaurilia”
uma vinheta) não chegando a quarenta minutos de música. Pra mim, isso foi um
ponto positivo, pois torna o álbum mais conciso, mais impactante e menos
cansativo. “The Rise Of Hannibal” já mostra rapidamente o cartão de visitas,
com um riff atmosférico e um andamento mais lento, a faixa soa como um exército
antigo marchando para a batalha. As partes orquestrais dão um clima fantástico,
com destaque para as trombetas e camadas de teclados que preenchem todos os
espaços possíveis e dão mais dinâmica às composições. Maurizio dá um show à
parte, uma performance inspirada em todas as músicas, seja com suas narrações
no meio das músicas (feito um grito de guerra ou discurso de um líder para seu
povo), seja com seus incríveis vocais guturais rasgados tão característicos. “Hispania
(Siege Of Saguntum)” se utiliza de mais velocidade e riffs beirando o Black
Metal, mais no estilão do atual Dimmu Borgir, e de passagens lindas de teclado
que lembram construções do Borknagar. “Crossing The Alps” também possui linhas
de guitarras muito interessantes e extremamente viciantes, vocais variados e um
solo fantástico, tornando-se uma das minhas favoritas. “Cato Major: Carthago
Delenda Est!” vem na sequência com bastante impacto e poder de fogo, lembrando
um pouco o som do Septicflesh, assumindo um lado mais sombrio sem deixar de
lado a beleza das orquestrações, sempre muito bem encaixadas. As três últimas
seguem a mesma fórmula, cada uma com sua essência, mas todas bombásticas, exacerbando
suas grandiosidades. O encarte é maravilhoso, repleto de figuras que
exemplificam o que as letras retratam, além da belíssima arte da capa, feita
pelo experiente Eliran Kantor (trabalhou com bandas como Kreator, Testament,
Soulfly, etc). “The Immortal Wars” se mostra um álbum muito bem trabalhado,
surpreendente e muito superior a muita coisa que é lançada atualmente – quase superando
sua banda principal, o Kataklysm. Um dos destaques do ano quando o assunto é
música extrema e de qualidade, não deixe de ouvir!
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