Por Augusto Hunter
Dissecar um disco nunca é uma tarefa fácil. Ouvimos diversas vezes o mesmo lançamento até termos alguma coisa bruta e concreta a dizer, algumas vezes, em meu caso, ouvir duas vezes, ou mesmo três é o bastante para começar a resenha-lo, mas no caso do Enslaved, tudo é elevado meu caro, até mesmo porquê estamos falando de um dos ícones do Black Metal Mundial e hoje em dia, em meu ponto de vista, se tornando um ícone também no Prog Metal, já que os flertes e a principal diferenciação da banda estão ficando cada vez mais evidentes, com o passar dos anos e de seus lançamentos. Em seu novo lançamento, "E", o Enslaved continua surfando na onda Progressiva e completamente diferenciada, pois a adição do vocal rasgado de Grutel Kjelsson (baixo/vocal), contrastando com Håkon Vinje e seu belo vocal limpo e seus teclados, que nesse disco estão fazendo um trabalho fenomenal. A banda gravou o disco no Duper & Solslottet Studios, Conclave & Earshot, Peersonal Sound, Bergen, na Noruega, esse disco marca a estréia de Håkon nos teclados e ele veio fazendo um serviço incrível. A banda vem cada vez mais “amaciando” a música feita, com mais influências Progressivas do que o Black Metal geralmente esperado por eles, mesmo assim, o trabalho deles é sensacional. A arte da capa, assinada por Truls Espedal, nos trás a letra E, em formato rúnico, como lembrando um M, mas tem uma explicação, ligada à principal inspiração de suas letras, que são a Cultura Viking e ela quer dizer cavalo, o que liga diretamente a maravilhosa música "Sacred Horse". O disco abre com a belíssima "Storm Son", que possivelmente ainda possa carregar um pouco de agressividade, mas a ambientação e progressividade da música é maravilhosa. "The Rivers Mouth" é uma com riffs cativantes, sempre caminhando em uma ambientação maravilhosa e passagens de vocal do Grutle e Håkon em um lindo contraste. Vamos da faixa que pra mim é destaque do disco, Hiindsiight, essa que nos trás aquela ambientação e clima incríveis, que somente o Enslaved vem criando nos últimos anos, mas dessa vez com uma adição de um saxofone, esse gravado por Kjetil Møster. Esse sax nos entregou uma camada extra de clima incrível, tem até mesmo um tom mais caótico na música, dado por ele, que ficou absurdo. Bem, depois dessa maravilhosa faixa, "Djupet" tem ainda mais peso e clima, assim como "What Else Is There", fechando com maestria o petardo. Se você que lê aqui está achando que esse é um disco fácil de entender e digerir, não amiguinho, esse não é nada simples de ouvir, mas tenho certeza que o tempo que você investir ouvindo esse disco, ou mesmo qualquer um outro da banda, tenha certeza que você terá uma hora de qualidade, pois eles não deixam a desejar em nada em sua proposta.
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