Por Pedro Humangous
Se tem um disco que ouvi exaustivamente
em 2017, esse foi o “Cryptoriana – The Seductiveness Of Decay”. Aliás, ele está
na minha lista dos dez melhores lançamentos do ano passado! O Cradle Of Filth
vem em um processo lento de transição na sua sonoridade, se afastando cada vez
mais do Black Metal do início da carreira e se transformando em algo mais dark,
sinfônico e principalmente melódico – mais ou menos o que aconteceu com o Therion
e com o Dimmu Borgir, por exemplo. Essa mudança não foi do dia para a noite,
foi feita com calma, de forma pensada e transitória ao longo dos anos. Com
isso, acredito que não tenham perdido sua base de fãs e ainda conquistaram
novos adeptos – afinal o som ficou bem mais acessível. Nesse mais recente
trabalho, a banda soa rejuvenescida, mesclando bem alguns itens dos primeiros
álbuns e abusando da melodia, orquestrações e camadas de vozes. As guitarras
estão estupendamente lindas, duplicadas de forma incrível na mixagem, você ouve
com extrema clareza o que cada uma faz (principalmente com bons fones de
ouvido, cada uma delas está separada em um ouvido, muito legal!). O clima
soturno e teatral em cada música deixa tudo ainda mais majestoso e grandioso.
Os vocais esdrúxulos de Dani Filth estão ainda melhores, acho que ele encontrou
o balanço perfeito entre sua voz limpa e seus urros característicos,
trabalhando sempre a favor da composição. A bateria e o baixo estão na medida
certa, sem brigar muito com os demais instrumentos e funcionam super bem quando
acompanhados dos lindos teclados e das vozes femininas. Após uma bela intro, o
bixo pega em “Heartbreak And Seance”, extremamente viciante, e emenda com a
fantástica “Achingly Beautiful”, uma trinca de tirar o fôlego. “Wester
Vespertine”, mesmo com seus mais de sete minutos, não cansa, pelo contrário,
encanta conforme prossegue, se utilizando de algumas coisas de Metal
Tradicional e até Death Melódico – definitivamente um dos pontos altos do
álbum. E o que dizer de “The Seductiveness Of Decay” que insere umas guitarras
gêmeas no melhor estilo Iron Maiden e do nada encaixa um Thrash Metal no meio?
Não vou nem falar do solo pra não perder a graça! Surpreendente demais! O disco
segue de forma homogênea, entregando uma faixa mais matadora que a outra. Só
achei a duração no geral longa demais, com apenas dez faixas, o álbum passa de
uma hora – isso se contarmos as duas faixas bônus, a última inclusive, um cover
insano de “Alison Hell” do Annihilator. A arte da capa, apesar de ser meio
“manjada”, é muito bonita e segue a linha que a banda vem seguindo em seus
discos. Sério, essa obra está bonita demais, muito bom gosto em cada detalhe, a
cada nova faixa que surge o sorriso aumenta e ao fim da audição do trabalho, lá
está você, embasbacado e pronto para apertar o play novamente!
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