domingo, 26 de novembro de 2017

Review: Porão do Rock 2017


Local e data: Brasília, 25 de novembro
Texto e fotos: Pedro Humangous

Eu acompanho o Porão do Rock há pelo menos 10 anos, não perco nenhum e estou presente em todos, faça chuva ou faça sol – falaremos melhor sobre as questões climáticas abaixo. Graças a esse evento da capital, pude conferir grandes bandas nacionais e internacionais como Angra, Trivium, Project 46, Hibria, Cavalera Conspiracy, Soulfly, etc.

Antigamente os shows aconteciam em dois dias, existiam dois palcos do lado de fora e um palco principal dedicado ao metal dentro do Ginásio Nilson Nelson. Normalmente acontecia no meio do ano, ali em julho, agosto. De um tempo pra cá o evento passou a ter somente um dia, ter cada vez menos atrações internacionais e se mudou para a área externa do Estádio Nacional. As atrações menos Rock/Metal ganharam mais espaço e ocuparam o palco principal, atualmente dividido entre dois palcos lado a lado. Os headbangers foram empurrados para o fundão do evento, recebendo shows em um palco menor, com estrutura mais simples de som e iluminação (se comparado ao principal). Tem gente que gosta, tem gente que não.

Na edição do ano passado foi uma confusão só, várias mudanças de data, muita incerteza no ar. Agora em 2017 aconteceu de novo, programaram uma data e depois mudaram também. Fazer um evento a céu aberto, em Brasília, no mês de novembro, é ter a certeza de que teremos muita chuva. E não deu outra, ela apareceu antes, durante e depois. Para começar, houve um atraso de 1 hora na abertura dos portões, já frustrando alguns fãs que aguardavam ansiosamente para entrar. Fora o fato de que isso atrasaria os horários das bandas tocarem. Sobre a estrutura e a organização, não temos do que reclamar, estava tudo muito bem sinalizado, com segurança, sem grandes filas. O ambiente estava bem dividido, espaço bastante amplo para andar livremente. Não presenciei confusão ou brigas, o clima estava muito positivo, mesmo misturando as tribos que queriam ver a Elza Soares e as do Sepultura. A área do camarote também estava muito boa, com sofás, bar exclusivo, banheiros e uma tenda mais alta que garantia uma visão interessante dos palcos. Tinha bastante opção de comida, food trucks, mas a bebida estava bem cara no geral. O evento fluiu numa boa, acompanhei as bandas do palco Metal, com destaque para a banda Eminence que destruiu tudo no palco, surpreendendo a todos ali presentes. 



Uma das mais esperadas, obviamente, era o Sepultura, que começou sua apresentação pouco depois das 22h e fizeram um showzaço! Pra quem estava perto e de frente para o palco, o som estava cristalino, bem timbrado e com muito impacto! Os caras deram o sangue e misturaram os clássicos com as novas músicas do disco mais recente. 


Logo que o show acabou, começou uma chuva infernal, levando todo mundo para as tendas disponíveis (barracas de bebidas e área vip). A água, acompanhada de vento forte, não parava de cair, durou mais ou menos uma hora, molhando todo o palco e os equipamentos, inviabilizando a continuidade dos shows. A chuva deu uma breve parada e as pessoas voltaram a se espalhar pelo local aguardando o retorno das apresentações, mas nada acontecia. Nesse ponto a produção do evento pecou bastante, pois não se pronunciava em relação ao ocorrido, não dizia aos presentes se ainda haveria os shows ou não. Acabou que, mesmo com a chuva voltando, alguns shows dos palcos principais voltaram a acontecer, mas o Dark Avenger, Deceivers e Krisiun infelizmente não tocaram. Muita gente foi embora indignada após esperar tanto sem ter notícias e no final ficaram sem os shows.

Eu ainda acredito no potencial e no grande serviço prestado à cidade pelo Porão do Rock, mas se quiserem continuar tendo público e sendo um evento de grande porte, muita coisa precisa ser ajustada para os próximos anos. Se funcionava tão bem antes, por que não voltar a ser como era? Tragam de volta para os meses de junho/julho, voltem a dar mais destaque ao Rock e ao Heavy Metal colocando os grandes nomes no palco principal e levem o evento ao Ginásio Nilson Nelson como era feito – lá o som, a iluminação e o espaço são bem melhores.

Montar um festival desse tamanho não é fácil, sabemos disso. Temos que apoiar sempre os organizadores, mostrando os erros e apontando soluções para que nosso querido e amado Rock não morra de vez em Brasília. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário