domingo, 14 de maio de 2017

Review: Suicide Silence – Suicide Silence


Por Pedro Humangous

Eu esperei bastante para ouvir e escrever sobre esse disco. Sempre fui criticado por curtir Deathcore, pois aparentemente era um estilo da moda. E realmente ele teve seu momento, onde bandas do mundo inteiro embarcaram nessa onda, infestando e desgastando o gênero. Parece que ultimamente ninguém mais quer ser taxado de Deathcore, as bandas mais tradicionais, que praticamente criaram o estilo, resolveram seguir rumos diferentes e simplesmente fugirem do rótulo. Algumas se deram bem, criaram coisas interessantes, outras – talvez – foram longe demais e se afastaram do propósito. Após a trágica morte de seu vocalista, Mitch Lucker, o Suicide Silence recrutou o vocalista da banda All Shall Perish, Eddie Hermida. Até então, achei a ideia genial, afinal sua banda anterior era muito boa e sua competência vocal é indiscutível. Acontece que, com esse novo álbum autointitulado, as coisas mudaram drasticamente, não estamos sequer falando da mesma banda que lançou pedradas como “No Time To Bleed” e “The Black Crown”. Esse trabalho mais recente se liberta das correntes e se mostra como uma nova criatura, geneticamente modificada, disposta a devastar tudo o que estiver pelo seu caminho – mesmo que isso signifique sua própria reputação. Sinceramente é até difícil digerir e entender o que a banda pretendeu ao compor e lançar essas novas músicas. Temos um misto de esquisitices de Korn com Deftones, um Nu Metal modernoso, viajante, melancólico e em alguns momentos agressivo. Acontece que essa transição sonora não foi suave, muito pelo contrário, foi repentina, sem aviso e até assustadora. Fãs de carteirinha não esperavam por isso e não à toa o disco foi massacrado pela crítica especializada e pelo público. Eu ouvi esse disco diversas vezes e até agora não me decidi se gostei ou odiei, os sentimentos estão confusos e misturados. Talvez se fossem uma banda nova, lançando seu primeiro trabalho, tivéssemos aceitado melhor. Mas vindo do Suicide Silence, com toda sua história por trás? Acho que não. Julgar e apontar o dedo exclusivamente para o Eddie possa ser exagerado demais, afinal, temos ainda quatro membros da formação original que também decidiram seguir por esse caminho. Algumas coisas são interessantes como as caóticas “Hold Me Up Hold Me Down” e “Don’t Be Careful You Might Hurt Yourself”. Os riffs de “Doris” também são incríveis, os vocais limpos no meio que deixam a desejar. Dá pra curtir alguma coisa aqui afinal? Sim, tem bastante coisa interessante, desde que não se compare com os trabalhos anteriores. Simplificando as coisas, o jeito é fingir que esse álbum não aconteceu na carreira do Suicide Silence e esperar que voltem aos trilhos no próximo lançamento. 


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