Por Pedro Humangous
Eu esperei bastante para ouvir e
escrever sobre esse disco. Sempre fui criticado por curtir Deathcore, pois
aparentemente era um estilo da moda. E realmente ele teve seu momento, onde
bandas do mundo inteiro embarcaram nessa onda, infestando e desgastando o
gênero. Parece que ultimamente ninguém mais quer ser taxado de Deathcore, as
bandas mais tradicionais, que praticamente criaram o estilo, resolveram seguir
rumos diferentes e simplesmente fugirem do rótulo. Algumas se deram bem,
criaram coisas interessantes, outras – talvez – foram longe demais e se
afastaram do propósito. Após a trágica morte de seu vocalista, Mitch Lucker, o
Suicide Silence recrutou o vocalista da banda All Shall Perish, Eddie Hermida.
Até então, achei a ideia genial, afinal sua banda anterior era muito boa e sua
competência vocal é indiscutível. Acontece que, com esse novo álbum autointitulado,
as coisas mudaram drasticamente, não estamos sequer falando da mesma banda que
lançou pedradas como “No Time To Bleed” e “The Black Crown”. Esse trabalho mais
recente se liberta das correntes e se mostra como uma nova criatura,
geneticamente modificada, disposta a devastar tudo o que estiver pelo seu
caminho – mesmo que isso signifique sua própria reputação. Sinceramente é até
difícil digerir e entender o que a banda pretendeu ao compor e lançar essas
novas músicas. Temos um misto de esquisitices de Korn com Deftones, um Nu Metal
modernoso, viajante, melancólico e em alguns momentos agressivo. Acontece que
essa transição sonora não foi suave, muito pelo contrário, foi repentina, sem
aviso e até assustadora. Fãs de carteirinha não esperavam por isso e não à toa
o disco foi massacrado pela crítica especializada e pelo público. Eu ouvi esse
disco diversas vezes e até agora não me decidi se gostei ou odiei, os
sentimentos estão confusos e misturados. Talvez se fossem uma banda nova, lançando
seu primeiro trabalho, tivéssemos aceitado melhor. Mas vindo do Suicide
Silence, com toda sua história por trás? Acho que não. Julgar e apontar o dedo
exclusivamente para o Eddie possa ser exagerado demais, afinal, temos ainda
quatro membros da formação original que também decidiram seguir por esse
caminho. Algumas coisas são interessantes como as caóticas “Hold Me Up Hold Me
Down” e “Don’t Be Careful You Might Hurt Yourself”. Os riffs de “Doris” também
são incríveis, os vocais limpos no meio que deixam a desejar. Dá pra curtir
alguma coisa aqui afinal? Sim, tem bastante coisa interessante, desde que não
se compare com os trabalhos anteriores. Simplificando as coisas, o jeito é
fingir que esse álbum não aconteceu na carreira do Suicide Silence e esperar
que voltem aos trilhos no próximo lançamento.
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