segunda-feira, 27 de junho de 2016

Review: Nervosa – Agony


Por Pedro Humangous

A inveja e o machismo sempre atormentaram a carreira da banda Nervosa. O fato de ser formada por três talentosas mulheres parece incomodar, e muito, o cenário do Metal – no Brasil e no mundo. A resposta dada por Fernanda Lira (vocais e baixo), Prika Amaral (guitarras) e Pitchu Ferraz (bateria) é traduzido em boa música, deixando boquiaberto e embasbacado qualquer um que ousou duvidar de suas habilidades e capacidade. Temos sim que bater palmas para elas por terem conquistado um enorme espaço em tão pouco tempo. Fincaram os dois pés, bem fundo, no terreno dos grandes nomes do metal mundial, tocando mundo afora ao lado de bandas consagradas e nos mais variados e renomados festivais. O nível de profissionalismo que buscam é louvável, sempre com qualidade sonora e visual indiscutíveis. Você pode não gostar da música do Nervosa, mas precisa respeitar. “Victim Of Yourself” já foi um excelente cartão de visitas como álbum de estreia, agora em “Agony” se mostram ainda mais superiores. O som não é nada inovador, é o bom e velho Thrash Metal, tradicionalíssimo, seguindo a escola de nomes como Destruction, Kreator, Slayer e Exodus. Em termos de composição, também seguem a receita à risca, acertando em cheio no resultado final. Músicas empolgantes, velozes e muito bem executadas. Os riffs estão insanos, sempre acompanhados de perto pelo pulsante baixo e uma bateria violenta! Os vocais da Fernanda são muito bons, puxando para as linhas do Schmier (Destruction), porém, em alguns momentos cansam pelos gritos/urros incessantes no final de praticamente todas as frases. A produção ficou nas mãos do experiente Brendan Duffey, a mixagem e masterização feitas pelo talentoso e consagrado Andy Classen (já trabalhou com bandas como Violator, Krisiun, Tankard, Belphegor, Legion Of The Damned, etc). Os destaques vão para a faixa “Guerra Santa”, cantada em português, para a surpreendente “Wayfarer” com belos vocais limpos de Fernanda, puxando para o Blues, e para a escolha certeira de Godmachine para a arte da capa, um dos meus artistas favoritos atualmente. O álbum acaba de ser lançado no mercado nacional pela Shinigami Records, possui doze faixas e vem em uma linda embalagem digipack. “Agony” é uma bela evolução na carreira do Nervosa, se continuarem firme no caminho, chegarão muito mais longe ainda! Nota: 8,0


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