Por Pedro
Humangous
Acho que nunca resenhei um disco
do Axel Rudi Pell. A banda é uma verdeira incógnita, leva o nome do
guitarrista, mas não é um projeto de guitarras e sim uma banda completa mesmo.
Apesar de uma carreira estável e sólida, nunca desfrutaram do sucesso absoluto.
Possuem uma discografia impecável, com poucas variações ao longo dos 28 anos de
história desde sua concepção. O fato é que o grupo alemão nunca errou a mão,
lançando excelentes trabalhos como “Shadow Zone”, “Mystica” e “Kings And
Queens”. Nos últimos anos a banda veio lançando discos mornos, soando
basicamente como “mais do mesmo”, perdendo um pouco de impacto no cenário
mundial e muito provavelmente perdendo a confiança e interesse de seus fãs.
“Game Of Sins”, lançado em 2016, traz de volta o som impactante e grudento do
auge da carreira de Axel Rudi Pell, com refrões fantásticos, solos absurdos,
riffs marcantes e um vocal insano – Johnny Gioeli é um dos melhores vocalistas
da atualidade. O álbum flui com naturalidade, cativando o ouvinte música após
música com seu Hard/Heavy de altíssima qualidade. A produção do próprio
Axel com auxílio do experiente Charlie Bauerfeind deixou o disco potente,
cristalino e “redondinho” – gostei muito do timbre oitentista da bateria
(aliás, Mike Terrana foi aqui substituído por Bobby Rondinelli), das linhas
“cascudas” do baixo de Volker Krawczak e principalmente dos teclados de Ferdy
Doernberg, que fazem total diferença no resultado final das composições. Os
já mencionados Axel e Johnny estão monstruosamente inspirados nesse disco, com
performances acima da média, dando o brilho que faltava nos últimos álbuns da
banda. Difícil apontar destaques, pois as faixas estão todas bastante
homogêneas, igualmente empolgantes e viciantes, com refrões matadores! Talvez o
único momento mais fraco seja a balada Scorpiniana “Lost In Love”, que não é
ruim, mas um pouco desnecessária no set list. Esse lançamento nacional saiu
graças a uma parceria entre a SPV/Steamhammer e a gravadora brasileira
Shinigami Records, contendo ainda uma faixa bônus “All Along The Watchtower”,
muito boa por sinal. A parte gráfica, apesar de simples, é bem eficiente e
deixa tanto a arte da capa quanto o encarte bem legais. Se você estava
desacreditado na banda, é hora de dar mais uma chance pros caras, pois eles
voltaram com tudo!
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