Por: Victor Augusto
Engraçado como no mercado atual é tão difícil da gente se
aprofundar em alguma banda ou em um determinado disco, porém em alguns casos, a
qualidade do material acaba nos prendendo a atenção por proporcionar inúmeros detalhes
criados em sua obra. Ao ouvir os brasilienses do Dying Kingdom, já foi possível
perceber que o seu som é bem diferenciado e isso tem um pouco de ligação com a
história da banda. Apesar de terem surgido somente em 2015, o seu embrião foi ainda
nos anos 2000, quando se chamavam FixXeR, nome inspirado em uma música do
Metallica. Após alguns hiatos e mudanças na formação, o seu disco de estreia
surge bem completo e complexo, envolvendo músicas que imergiram dentro de
inúmeros estilo.
Sintetizando a cara da banda, é como se tivéssemos o peso das
guitarras do Metallica no início dos anos noventa, mas com uma certa técnica e
melodia de bandas de Heavy Metal tradicional e sublimes partes até mesmo de
Country ou Blues. A bateria é precisa, com várias alternâncias de ritmo e sem
muitas firulas. O baixo não se perde em meio a toda essa parede sonora, tendo o
seu destaque. Já o vocal é surpreendente por suas variações. Em certos momentos
há um espírito Phil Anselmo de agressividade, em outros há uma pegada James
Hetfield de empolgação. Claro que existe o lado melódico, onde a interpretação
das emoções das letras é levada à tona, de uma forma muito bem feita. Não que soe
cópia de ninguém, muito pelo contrário, afinal a experiência de seus
integrantes acaba sendo o diferencial para dar uma boa identidade ao som e
essas influências foram bem diluídas em meio a tudo isso.
O disco começa de uma forma bem direta com a faixa “Last Day
On Earth” que exalta a raiz Thrash Metal da banda enquanto a melodia marcante
do refrão de “Fear Of Fear” remete um pouco mais o lado sentimental da banda.
Se a cadência interessante na bateria de “Until The End” abre espaço para um
som mais arrastado com uma atmosfera mais densa, a balada “Same Old Song” já mostra
que a banda sabe explorar várias vertentes sem se perder ou soar confusa. Ainda
há o encerramento do álbum de uma forma calma, com uma linda passagem de piano,
lembrando algo de linha Pink Floyd em seus últimos álbuns, na faixa ”Blue Dot”.
Temos um disco abrangente, com 12 músicas, mostrando que o Dying
Kingdom sabe o que está fazendo, sem se perder nas inúmeras vertentes na qual
explora. Aliando temas que retratam assuntos mais palpáveis como dilemas
pessoais, a ótima produção que captou bem a proposta e a excelente parte gráfica,
então o resultado não poderia ser menos do que uma bela obra de arte.
Tracklist:
1. Last Day on Earth
2. Dead Man's Dance
3. Fear of Fear
4. Solitude
5. Same Old Song
6. Long Road
7. Like a Game
8. Sociopath
9. Paradise
10. Singularity
11. Until The End
12. Blue Dot
Formação:
Marcos V. - Voz
Marcus Valls - Guitarra
Pedro Assumpção - Bateria
Renato Miranda - Baixo
Diogo Caparelli - Guitarra
Site: http://www.dyingkingdom.com
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