Por Pedro
Humangous
Quando bati o olho nessa capa,
jamais imaginava que se tratava de um novo disco do Heaven Shall Burn,
totalmente diferente do padrão que vinham apresentando em sua discografia.
Fiquei intrigado, será que mudaram também o direcionamento de seu som? Após
tantos anos juntos e sem mudanças na formação, é difícil esperar algo muito
diferente do seu tradicional Melodic Death Metal (vi alguns loucos chamando a
banda de Metalcore e Deathcore, mas esses dois estilos não fazem o menor
sentido quando se fala do som do HSB). Uma coisa que sempre me incomodou nos
álbuns deles foi a produção, o timbre das guitarras é sempre muito estridente,
como se tivesse “treble demais”, fica aquele som artificial, atmosférico e espacial,
tornando-se cansativo da metade pro fim. E aqui, infelizmente, nada mudou. “The
Loss Of Fury” serve como uma “intro de luxo”, soturna e arrastada, alimenta-se
de elementos do Black Metal, fator que podiam ter aproveitado melhor ao longo
do disco. “Bring The War Home” vem na sequência com uma bateria forte, com um
ar eletrônico, acompanhada de um baixo encorpado, descambando em um vocal
poderoso e angustiado, embalado por guitarras secas e melódicas – gostei muito
dessa composição, mas a mixagem deixou tudo meio estranho e desconfortável. Dá
pra notar logo de cara que o Heaven Shall Burn ficou mais obscuro e mais
moderno, as músicas estão mais carregadas e sinistras, mas ainda assim com
sintetizadores e batidas de bateria mais modernosas e as criações da dupla de
guitarras estão ainda mais acessíveis e melódicas (principalmente quando
chegamos nos refrãos). O que mais gosto nesses caras é a ferocidade com que
apresentam suas músicas, principalmente nos vocais, dando aquela sensação de
urgência e ódio, tão apreciados pelos headbangers – essas músicas devem soar
animais ao vivo! “They Shall Not Pass” volta a misturar o som eletrônico da
bateria com muita melodia nas guitarras, soando como um filho entre o Arch
Enemy e o Rammstein. “Downshifter” faz o nível subir e traz lembranças dos bons
tempos de “Colony” do In Flames. “Prey To God” é extremamente agressiva graças
à participação especial de George Fischer (vocalista do Cannibal Corpse) que
deu mais diversidade e vida à música. O álbum segue na mesma linha, sem mexer
muito no time que está ganhando, mas é nítida a perda de fôlego da metade pro
fim, mesmo assim garantem a vitória e os três pontos. Destaque para o cover
inusitado de “The Cry Of Mankind” do My Dying Bride, mostrando a diversidade do
Heaven Shall Burn e suas influências. Poderiam, daqui pra frente, abusar mais
dessas sonoridades (Black, Doom) e incorporar às suas composições, saindo um
pouco da zona de conforto e, quem sabe, conquistar novos ouvintes. Um bom
lançamento, entregando aquilo que os fãs esperam, sem variar muito daquilo que
vem fazendo nos últimos anos. Pra quem curte e segue a banda, vale bastante a
audição e aquisição!
Compre o seu AQUI.
Nenhum comentário:
Postar um comentário