domingo, 16 de julho de 2017

Review: Heaven Shall Burn – Wanderer


Por Pedro Humangous

Quando bati o olho nessa capa, jamais imaginava que se tratava de um novo disco do Heaven Shall Burn, totalmente diferente do padrão que vinham apresentando em sua discografia. Fiquei intrigado, será que mudaram também o direcionamento de seu som? Após tantos anos juntos e sem mudanças na formação, é difícil esperar algo muito diferente do seu tradicional Melodic Death Metal (vi alguns loucos chamando a banda de Metalcore e Deathcore, mas esses dois estilos não fazem o menor sentido quando se fala do som do HSB). Uma coisa que sempre me incomodou nos álbuns deles foi a produção, o timbre das guitarras é sempre muito estridente, como se tivesse “treble demais”, fica aquele som artificial, atmosférico e espacial, tornando-se cansativo da metade pro fim. E aqui, infelizmente, nada mudou. “The Loss Of Fury” serve como uma “intro de luxo”, soturna e arrastada, alimenta-se de elementos do Black Metal, fator que podiam ter aproveitado melhor ao longo do disco. “Bring The War Home” vem na sequência com uma bateria forte, com um ar eletrônico, acompanhada de um baixo encorpado, descambando em um vocal poderoso e angustiado, embalado por guitarras secas e melódicas – gostei muito dessa composição, mas a mixagem deixou tudo meio estranho e desconfortável. Dá pra notar logo de cara que o Heaven Shall Burn ficou mais obscuro e mais moderno, as músicas estão mais carregadas e sinistras, mas ainda assim com sintetizadores e batidas de bateria mais modernosas e as criações da dupla de guitarras estão ainda mais acessíveis e melódicas (principalmente quando chegamos nos refrãos). O que mais gosto nesses caras é a ferocidade com que apresentam suas músicas, principalmente nos vocais, dando aquela sensação de urgência e ódio, tão apreciados pelos headbangers – essas músicas devem soar animais ao vivo! “They Shall Not Pass” volta a misturar o som eletrônico da bateria com muita melodia nas guitarras, soando como um filho entre o Arch Enemy e o Rammstein. “Downshifter” faz o nível subir e traz lembranças dos bons tempos de “Colony” do In Flames. “Prey To God” é extremamente agressiva graças à participação especial de George Fischer (vocalista do Cannibal Corpse) que deu mais diversidade e vida à música. O álbum segue na mesma linha, sem mexer muito no time que está ganhando, mas é nítida a perda de fôlego da metade pro fim, mesmo assim garantem a vitória e os três pontos. Destaque para o cover inusitado de “The Cry Of Mankind” do My Dying Bride, mostrando a diversidade do Heaven Shall Burn e suas influências. Poderiam, daqui pra frente, abusar mais dessas sonoridades (Black, Doom) e incorporar às suas composições, saindo um pouco da zona de conforto e, quem sabe, conquistar novos ouvintes. Um bom lançamento, entregando aquilo que os fãs esperam, sem variar muito daquilo que vem fazendo nos últimos anos. Pra quem curte e segue a banda, vale bastante a audição e aquisição!


Compre o seu AQUI.

Nenhum comentário:

Postar um comentário