Por Pedro Humangous
Engraçado... um dia desses
estávamos falando exatamente sobre bandas que praticam Thrash Metal hoje em dia
e da dificuldade que elas tem de se reinventar – resenha da banda Warbringer
publicada aqui no blog. Chega então ao mercado brasileiro o mais novo trabalho
da banda americana Havok, “Conformicide”, o quinto disco na carreira. E não é
que os caras deram um “up” no seu som? Parece que colocaram tudo o que existe
de melhor no estilo, colocaram em um caldeirão e deixaram o caldo engrossar! Aqui
você irá ouvir um pouco de Exodus, Megadeth, Testament, Revocation,
Annihilator, além de inserções de Groove Metal, umas pitadas de Prog, enfim,
modernidades e inovações inesperadas para o estilo. Muita gente acha que “Time
is Up”, de 2011, é o melhor deles, mas após ouvir o novo álbum fica difícil
decidir, acredito que este seja o “masterpiece” da banda! As letras estão mais
ácidas, mais diretas ao ponto e não poupam quando o assunto é alfinetar e
enfiar a faca na ferida. As letras falam sobre a realidade do mundo atual,
política, guerras e religião. A arte da capa é simples, porém, tem muito a
dizer, mostrando claramente que é necessário que as pessoas abram suas mentes,
se livrem de pensamentos pré-determinados, que fujam do controle imposto pelos
governantes e pela mídia. Ainda falando da arte, o encarte está simplesmente
incrível, repleto de desenhos insanos que acompanham as letras. Com a entrada
do baixista Nick Schendzielos (que também toca no Cephalic Carnage e Job For A Cowboy), as músicas ganharam mais dinâmica, ficou com mais groove, mais técnica
e mais divertido de ouvir. A mixagem deu um espaço extra e deixou as linhas do
baixo bastante audível, fazendo toda a diferença nas composições e
consequentemente no resultado final. Os vocais de David Sanchez também merecem
destaque, estão raivosos, ensandecidos, rasgados na medida certa, misturando
aquele Thrash com um toque de Black Metal – lembrando um pouco do
Skeletonwitch. Gostei muito da criatividade do baterista Pete Webber e dos
solos do guitarrista Reece Scruggs, ambos trouxeram bastante dinamismo às
composições. O disco todo está incrível, com uma produção animal, destaque para
as faixas “Hang ‘Em High”, “Intention To Deceive” e “Peace Is In Pieces”. Um
álbum bem acima da média, altamente recomendado para os amantes do estilo em
busca de novidades sem abrir mão da essência!
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