quinta-feira, 31 de março de 2016

Review: Worst – Instinto Ruim


Por Pedro Humangous

Se tem uma coisa que admiro é o Hardcore feito no Brasil. Dá pra sentir a sinceridade dos caras nas letras, a ira das guitarras, a pancada na batera e as chibatadas das cordas do baixo. “Instinto Ruim” já é o terceiro álbum da banda Worst, que, ao contrário do nome, são um dos melhores no estilo em nosso país. É notória a evolução a cada disco lançado, fortificando sua reputação, ganhando novos admiradores e fiéis seguidores. O fato de cantarem em português já ajuda muito no entendimento das mensagens, todas fortes e impactantes, fazendo quase que automaticamente o punho cerrado e o ódio no olhar tomem conta de nossas almas. O som não tem frescuras, é ríspido, direto e devastador. Gostei muito da produção desse material, a qualidade de gravação está ótima, bela mixagem e timbragem dos instrumentos. Os vocais rasgados de Thiago Monstrinho trazem aquele clima de agonia e pressa, praticamente cuspindo palavras raivosas em nossos ouvidos que sangram com cada batida do baterista Fernando Schaefer. As guitarras de Tiago Hospede e o baixo de Ricardo Brigas caminham juntos feito dois tanques de guerra, com tiros certeiros em forma de riffs. Temos algumas participações especiais como a do Fábio Figueiredo (John Wayne) na faixa “Precipício” e de Billy Graziadei (Biohazard), Carl Schwartz (First Blood) e Mathias Tarnath (Nasty) na faixa bônus “Urban Discipline” – uma das duas cantadas em inglês no disco, a outra é a ótima “Right To Kill”. A arte gráfica (tanto a capa quanto o encarte) é bem simples e sóbria, sem grandes atrativos, mas passa o recado logo de cara. Se essa é sua praia, “Instinto Ruim” é mais do que recomendado. Se ainda não é, tá mais do que na hora de descer a serra e ganhar um bronzeado. Nota: 8,5


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