Por Pedro
Humangous.
Em uma era onde somos literalmente infestados por
lançamentos mensalmente, fica difícil ser surpreendido com algo realmente novo
ou relevante. Uma das coisas que mais gosto de fazer no tempo livre é procurar
por bandas novas e desconhecidas no Youtube. A Shinigami Records facilitou
nosso trabalho, nos surpreendendo colocando no mercado brasileiro essa incrível
banda alemã chamada Pyrogenesis. Particularmente, nunca tinha ouvido falar
deles. Já gostei bastante da apresentação visual, seja com a preocupação
estética da capa e do encarte, seja com seus videoclipes bem produzidos.
Colocando o disco pra rodar, somos pegos de surpresa com uma mistura excêntrica
de Doom, Stoner, Metal Tradicional. Tudo muito bem colocado, executado em seu
momento certo, fazendo uma transição suave entre os estilos. A faixa de
abertura já começa pegando fogo, vocais urrados e guitarras lembrando a escola
sueca de fazer Melodic Death Metal. Porém, ao mesmo tempo encaixam vocais limpos,
em coro, no melhor estilo Sabaton. Fiquei um pouco confuso, mas gostei do que
ouvi. “A Love Once New Has Now Grown Old” transborda melodia, com riffs
interessantes, apesar do timbre esquisito. Lembra uma mistura de Tyr, Volbeat e
Him. Em alguns momentos, a banda abusa de uma pegada mais Pop Punk, bastante
acessível e pegajosa. As músicas grudam facilmente na cabeça e agradam em cheio
aos que possuem a mente mais aberta. Definitivamente esse não é um álbum “comum”,
para todo metalhead, digamos,
tradicional. “The Best Is Yet To Come”., por exemplo, achei um tremendo saco, música
dispensável, acabou quebrando o bom ritmo do disco. Demasiadamente leve, não chega
a lugar algum, não empolga. “Lifeless” traz guitarras limpas e um ritmo
cadenciado, lembrando um pouco de Paradise Lost – muito boa faixa, com uma
linha de baixo bem destacada e criativa. O trabalho se encerra com a magistral “A
Century Om The Curse Of Time”, com seus quatorze minutos de duração e uma
viagem incrível, sonoridade setentista, solos insanos, passagens acústicas, um
pouco de Prog Rock, um pouco de Muse, um pouco de Queen. Resumindo, apesar de
ser um disco de fácil assimilação, não é fácil de ouvir. Gostaria que eles
fossem mais na linha da primeira e da última música, talvez com um pouco mais
de agressividade e pitadas de experimentalismo. De qualquer forma, uma grata
surpresa que está ao alcance de todos nós. Procure ouvir, vale a pena. Nota: 7,0
Músicas:
1. Steam Paves Its Way (The Machine)
2. A Love Once New Has Now Grown Old
3. This Won't Last Forever
4. The Best is Yet to Come
5. Lifeless
6. The Swan King
7. Flesh and Hair
8. A Century in the Curse of Time
Banda:
Flo V. Schwarz - Guitarras, vocais, teclados
Gizz Butt - Guitarras, backing vocals
Malte Brauer - Baixo, backing vocals
Jan Räthje - Bateria
Contato: http://pyogenesis.com/
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