sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Review: M:Pire Of Evil – Crucified In South America / Live Forum Fest VI


Por Pedro Humangous

Nesses dias atuais, onde surge uma nova banda a cada segundo, fica a pergunta: será mesmo que precisamos de regravações? Para muitos, é um tempo e um investimento desnecessários, pois poderiam canalizar esse esforço para lançarem algo novo, com identidade própria. Mas e quando se trata de ex-membros de uma banda clássica, trazendo uma nova roupagem para essas músicas? Talvez a opinião mude um pouco – obviamente se o resultado for positivo. Conheço pouca coisa de Venom e praticamente nada do M:Pire Of Evil. Soube há pouco tempo que essa “nova” banda, formada em 2010, era composta por Tony “The Demolition Man” Dolan (baixo e vocais) e Jeff “Mantas” Dunn (guitarras e backing vocals), ambos ex-integrantes do Venom na década de noventa. “Crucified” é o segundo álbum desse grupo, e as composições são regravações dos discos “Prime Evil” (1989), “Temples of Ice” (1991) e “The Waste Lands” (1992) – apenas “Demone” e “Taking It All” são novas composições. A qualidade de gravação e produção ficaram ótimas, bem cristalinas e bombásticas, guitarras afiadíssimas, baixo encorpado (e audível na mixagem) e uma bateria violenta! Os vocais engasgados e rasgados combinam perfeitamente com o instrumental, esse Power/ Black/Thrash veloz e venenoso – lembrou um pouco de tudo, obviamente Venom, com pitadas de Slayer, Testament e Annihilator. Essa versão brasileira, lançada pela Shinigami Records, ganhou uma remasterização e quatro faixas bônus (sendo três delas ao vivo), recebendo o nome de “Crucified In South America”. 


E como seriam esses caras ao vivo? A Shinigami pensou nisso também e disponibilizou no mercado nacional o “Live Forum Fest VI”, gravado em Laudun-L’Ardoise” na França. A performance está bombástica, com um ótimo set list, além de uma boa qualidade de gravação – talvez pudessem melhorar somente os vocais. Conseguiram captar muito bem a essência de um show ao vivo e a sensação é de estar presente no dia da gravação. Não utilizaram overdubs (pelo menos não ficou descarado) e deu pra sacar bem como é a banda detonando nos palcos. Achei a arte da capa terrível (pra que esse "Live" gigantesco em cima da arte?), parecendo um bootleg barato, além de terem pecado em não fazer um encarte – um descaso com os fãs, afinal, quem compra disco hoje em dia, busca algo a mais.

Ambos os registros são bastante interessantes, com Metal correndo nas veias, ótimos para conhecermos um pouco da história do som que tanto amamos, além de conferir uma nova banda. Se comparados ao álbum “Hell To The Holy” (2012), são um retrocesso – principalmente em termos estéticos, pois esse primeiro disco tinha uma arte incrível. Espero que sirvam como trampolim para os próximos trabalhos, pois lenha esses caras tem de sobra pra queimar!


Crucified (In South America): 
1. Temples of Ice 
2. Parasite 
3. Kissing the Beast 
4. Blackened Are the Priests 
5. Carnivorous 
6. Black Legions 
7. Need to Kill 
8. Wolverine 
9. Crucified 
10. Demone 
11. Taking It All 
12. Manitou 
13. Die Hard 
14. Witching Hour 
15. Manitou Remix 

Live Forum Fest VI: 
1. Demone 
2. Wake Up Dead 
3. Blackened Are the Priests 
4. Carnivorous 
5. Temples of Ice 
6. Hell to the Holy 
7. Hellspawn 
8. Metal Messiah 

Formação:
Mantas – Guitarras 
Demolition Man – Vocal, baixo 
JXN – Bateria 

Contatos:

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