Por Pedro Humangous
Nesses dias atuais, onde surge
uma nova banda a cada segundo, fica a pergunta: será mesmo que precisamos de
regravações? Para muitos, é um tempo e um investimento desnecessários, pois
poderiam canalizar esse esforço para lançarem algo novo, com identidade
própria. Mas e quando se trata de ex-membros de uma banda clássica, trazendo
uma nova roupagem para essas músicas? Talvez a opinião mude um pouco –
obviamente se o resultado for positivo. Conheço pouca coisa de Venom e
praticamente nada do M:Pire Of Evil. Soube há pouco tempo que essa “nova”
banda, formada em 2010, era composta por Tony “The Demolition Man” Dolan (baixo e vocais) e Jeff
“Mantas” Dunn (guitarras e backing vocals), ambos ex-integrantes do Venom na
década de noventa. “Crucified” é o segundo álbum desse grupo, e as composições
são regravações dos discos “Prime Evil” (1989), “Temples of Ice” (1991) e “The Waste
Lands” (1992) – apenas “Demone” e “Taking It
All” são novas composições. A qualidade de gravação e produção ficaram ótimas,
bem cristalinas e bombásticas, guitarras afiadíssimas, baixo encorpado (e
audível na mixagem) e uma bateria violenta! Os vocais engasgados e rasgados
combinam perfeitamente com o instrumental, esse Power/ Black/Thrash veloz e venenoso –
lembrou um pouco de tudo, obviamente Venom, com pitadas de Slayer, Testament e
Annihilator. Essa versão brasileira, lançada pela Shinigami Records, ganhou uma
remasterização e quatro faixas bônus (sendo três delas ao vivo), recebendo o
nome de “Crucified In South America”.
E como seriam esses caras ao
vivo? A Shinigami pensou nisso também e disponibilizou no mercado nacional o “Live
Forum Fest VI”, gravado em Laudun-L’Ardoise” na França. A performance está
bombástica, com um ótimo set list, além de uma boa qualidade de gravação –
talvez pudessem melhorar somente os vocais. Conseguiram captar muito bem a essência
de um show ao vivo e a sensação é de estar presente no dia da gravação. Não
utilizaram overdubs (pelo menos não ficou descarado) e deu pra sacar bem como é
a banda detonando nos palcos. Achei a arte da capa terrível (pra que esse "Live" gigantesco em cima da arte?), parecendo um
bootleg barato, além de terem pecado em não fazer um encarte – um descaso com
os fãs, afinal, quem compra disco hoje em dia, busca algo a mais.
Ambos os registros são bastante
interessantes, com Metal correndo nas veias, ótimos para conhecermos um pouco
da história do som que tanto amamos, além de conferir uma nova banda. Se
comparados ao álbum “Hell To The Holy” (2012), são um retrocesso –
principalmente em termos estéticos, pois esse primeiro disco tinha uma arte
incrível. Espero que sirvam como trampolim para os próximos trabalhos, pois
lenha esses caras tem de sobra pra queimar!
Crucified (In South America):
1. Temples of Ice
2. Parasite
3. Kissing the Beast
4. Blackened Are the Priests
5. Carnivorous
6. Black Legions
7. Need to Kill
8. Wolverine
9. Crucified
10. Demone
11. Taking It All
12. Manitou
13. Die Hard
14. Witching Hour
15. Manitou Remix
Live Forum Fest VI:
1. Demone
2. Wake Up Dead
3. Blackened Are the Priests
4. Carnivorous
5. Temples of Ice
6. Hell to the Holy
7. Hellspawn
8. Metal Messiah
Formação:
Mantas – Guitarras
Demolition Man – Vocal, baixo
JXN – Bateria
Contatos:
Nenhum comentário:
Postar um comentário