quinta-feira, 22 de maio de 2014

Live Shit: Amon Amarth - "Quando antigos Deuses encontram novos Servos"

Show: Tamuya Thrash Tribe e Amon Amarth
Local: Circo Voador – Lapa / RJ
Horário: 21H
Dia: 16/05/2014

Texto: Augusto Hunter
Fotos: Daniel Croce


Apenas uma noite após o retorno dos gregos do Rotting Christ ao Rio de Janeiro, a sexta feira faria da cidade a terra da mitologia. Primeiro, da mitologia nacional, representada pelo competente Tamuya Thrash Tribe, que em suas composições fala sobre a cultura nacional, sobre os mitos e histórias, sobre os índios e toda a herança de nossa colonização. E depois, com um tom mais nórdico, o Drakkar, do Amon Amarth iria se apresentar pela primeira vez na ”capital do Samba e Metal”.


Cheguei um pouco antes da abertura dos portões do clássico Circo Voador, bela casa de shows que já viu muitos acontecimentos, bons e ruins (lembremo-nos do infeliz acontecimento do show do Cannibal Corpse no ano passado), mas essa foi uma noite marcada  por dois belos shows, primeiro dos seguidores de “Tupã” (Deus indígena que controla os raios e trovões) do Tamuya Thrash Tribe. A banda carioca foi escalada para a abertura do evento e fizeram um trabalho ímpar em palco. Capitaneada por Luciano Vassan (vocal/guitarra), o Tamuya Thrash Tribe se mostrou muito experiente e dominou o público que já começava a lotar o Circo Voador. Tocando músicas do seu EP “United”, a banda fez um show destruidor, com destaque para a presença de palco dos caras. Eles agitam sem parar, o baixista João Paulo “Chewbacca” esmurrando o seu contra-baixo em várias passagens, o guitarrista Leonardo Emmanoel sempre "bangueando", Luciano com sua voz poderosa e simpatia inquestionável e o baterista Guilherme Pollig, mostrando uma força incrível em suas peles fazendo-as soarem bem alto. Os já clássicos "United" e "Immortal King" foram estupidamente bem recebidas pelo público que prestigiou e mostrou que o Metal carioca está cada vez melhor com essa safra de novas bandas.


Uma promoção causou furor entre os fãs do Amon Amarth. Quem comprasse a blusa oficial da tour teria acesso a um “Meet &Greet” com a banda. Tentei garantir a minha, mas infelizmente a blusa esgotou-se rapidamente e eu não tive acesso ao “Meet & Greet”, mas espero que os fãs tenham sido bem tratados. Passado pouco mais de uma hora da saída dos “Índios” do Rio de Janeiro, era hora do palco ser invadido pelos vikings do Amon Amarth, que abriram o show de forma enérgica com “Father Of The Wolf” e “Deceiver Of The Gods”! Logo em sequência a banda tocou “Death In Fire” e “Free Will Sacrifice”, mostrando que os caras tinham preparado uma noite especial para o seu público. O gigante Johan Hegg foi sempre carismático em palco, conversando e brincando com o público e o show assim seguiu. O som estava quase perfeito, digo quase porque, infelizmente, os pratos da bateria de Fredrik Andersson estavam muito baixos e senti muita falta daquelas belas crianças douradas explodindo nos PA´s. Pode até ser que essa tenha sido a opção de equalização de som da banda, mas eu achei estranho ver os pratos de Fredrik se mexendo, sem que eu conseguisse ouvir o som deles direito.


Tirando esse ponto, o set do show foi muito bem montado, tendo destaques para “Guardians Of Asgaard”, que desde o riff inicial foi maravilhosamente bem recebida por todos ali, até mesmo o pessoal do Mosh Pit que ficava no meio da casa e que nessa música se abraçou para uma bela festa que, se fosse na era dos próprios Vikings, estariam derramando cerveja para todos os lados com seus “Horns” a postos e cantando alto aquela canção. “Varyards Of Miklagaard”, “Runes To My Memory”, “Cry OF The BlackBirds” e com certeza “The Pursuit Of Vikings” foram os grandes momentos da apresentação da banda.


Boa recepção, bom som e público que, mais uma vez, compareceu em grande número nessa noite, pois como já venho falando, está colocando cada vez mais o Rio de Janeiro na rota de grandes apresentações e dando mais um nome para a Cidade Maravilhosa, a de “Cidade Maravilhosa do Metal”.

Um comentário:

  1. Muito boa a resenha! Só um detalhe, cara. Acerte o título. Creio que você quis dizer "servo" em vez de "cervo". As 2 palavras existem na Língua Portuguesa e estão corretas. Só que o "cervo" utilizado significa mamífero ruminante da família dos cervídeos, com chifres ramificados, que vive em rebanhos. Creio que não foi essa sua intenção...Abraço!!!!

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