HELL DIVINE: Review: In The Burial

Por Pedro Humangous

A Shinigami Records além de lançar ótimos discos para o nosso mercado interno, agora dá um passo adiante e também distribui trabalhos de outros selos internacionais (como é o caso do canadense PRC Music) para nós brasileiros. O trabalho em questão é o In The Burial, quinteto australiano que apresenta um Death Metal brutal, técnico e repleto de melodias nas guitarras. Os vocais de Andy (que também produziu e mixou o álbum) são um absurdo, variando entre o gutural urrado e o rasgado, contrastando bastante com o instrumental sempre veloz e agressivo. Podemos notar influências de todas as partes, com direito inclusive a teclados no estilo Black Metal – como na faixa “Amaranthine’s Departure” – que me lembrou um pouco de The Black Dahlia Murder e Cattle Decapitation. O disco inteiro é um assalto sonoro, que te pega de surpresa a cada nova mudança de direção dentro da mesma música, retirando todo o fôlego do seu pulmão enquanto institivamente bate a cabeça de forma incessante e descontrolada. A boa variação que encontraram deixa o trabalho mais equilibrado e empolgante, ponto extra para os riffs melódicos da dupla de guitarrista Pete e Mark. Algumas faixas são mais fracas em termos de composição e acabam não animando muito o ouvinte, como é o caso de “Bleeding The Innocent”, pouco inspirada, soando como uma cópia genérica de Kataklysm – sem falar que possui um dos solos mais sem graça que já ouvi. Outros dois pontos negativos são a manjada arte da capa (só o logotipo salvou) e a qualidade de gravação, um pouco abafada e sem brilho. Mas não me entendam mal, a banda é ótima e o disco como um todo é muito bom, garante bons minutos de boa música e diversão infernal. Creio que deveriam abusar mais dessa pegada Black Metal e dos teclados discretos inseridos em meio à pancadaria Death, funcionou muito bem na faixa “Solace In The Arms Of The Dead” – essa sim com um solo fantástico. “Mortuary Procession” seria uma das melhores faixas do álbum, se não fosse a bateria com aquele som mecânico demais e exagerando nos blast beats o tempo todo, cansando o ouvinte, e por fim a música terminando em fade out... nenhuma banda jamais deveria fazer isso. A última faixa é uma incógnita, mistura umas três músicas em uma, totalizando onze minutos de confusão mental. “Born Of Suffering” é um trabalho de altos e baixos. Apesar das falhas e falta de foco aparentes, consegue entreter o fã de música extrema em busca de um Metal mais híbrido e sem amarras. Nota: 7,5