Por Pedro Humangous
É eu sei, o Thrash Metal divide
tribos e opiniões mundo afora. Uns preferem o americano da Bay Area, outros
gostam mais do estilo alemão. Sou suspeito pra falar do Kreator, pois é minha
banda favorita de Thrash de todos os tempos, sou mais adepto à escola alemã. A
revolução no som do Kreator nos últimos quatro discos – mais precisamente a
partir do “Violent Revolution”, de 2011 – é simplesmente impressionante. Após
um período estranho na década de 90, eles parecem ter se reencontrado, ou
melhor, parecem que finalmente se descobriram e encontraram o equilíbrio, a sonoridade
que realmente os definissem. Disco após disco eles iam adicionando doses
maiores de melodia, fazendo um lindo contraponto à extrema violência que o
estilo se propõe – devemos dar os devidos créditos ao talentoso guitarrista
Sami Yli Sirnio. A versão brasileira de “Gods Of Violence” vem recheada com um
luxuoso digipack contendo ainda um DVD bônus com uma apresentação animalesca ao
vivo no Wacken de 2014. Voltando ao álbum, esse era um dos trabalhos mais
esperados de 2017 e já vinha cheio de história pra contar. A versão norte
americana do álbum contou com uma arte alternativa para a capa, feita pelo
brasileiro Marcelo Vasco. Como mencionado anteriormente, as doses de melodia
estão cada vez mais exacerbadas e o Kreator não tem mais vergonha de expor esse
lado, assumindo de vez ser uma banda de Melodic Thrash Metal – obviamente sem esquecer
seu som característico, suas assinaturas em cada riff, nos vocais cavernosos e
potentes de Mille Petrozza, na metralhadora em forma de bateria tocada pelo
experiente Ventor e nas linhas cascudas do baixo de Christian Giesler. A
sequência de boas músicas nesse disco está assustadora, é uma melhor que a
outra, sem falhas, nada fora do lugar, tudo perfeito! Não há momentos para
respirar, os refrãos são grudentos e os solos matadores. Logo ao ouvir pela
primeira vez, você já está viciado no álbum, querendo mais e mais! Todos os
fatores que fizeram você gostar do Kreator estão ali, porém, repletos de
elementos surpresa, o que deixa a audição ainda mais incrível. Existem faixas que
praticamente arrancam sua cabeça do pescoço, como “Satan Is Real”, “Totalitarian
Terror” e “Gods Of Violence”, mas é em “Army Of Storms” que a coisa fica séria
e o queixo vai lá no chão – que obra de arte meus amigos! Achei que mesclaram
bem a essência de trabalhos como “Enemy Of God”, “Hordes Of Chaos”e “Phantom
Antichrist”, como se “Gods Of Violence” fosse o fio condutor, a fusão perfeita
entre eles. Acharam espaço ainda para surpreender o ouvinte com coisas novas,
coisas que jamais pensei ouvir em um disco do Kreator, como a faixa “Lion With
Eagle Wings”, com uma intro super diferente e uma levada de Metal Tradicional,
puxando pro Iron Maiden! Eu poderia ficar horas falando sobre esse disco, mas vou
deixar que ouçam, tirem suas próprias conclusões e vejam se estou exagerando ou
se concordam comigo. Sem meias palavras, arrisco dizer que pode ser o melhor disco
da discografia do Kreator, um trabalho estupendo, digno de nota máxima!
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