Por Pedro Humangous
O Sonata Arctica passou pelo
fenômeno de grande banda que deu suas “deslizadas”, perdendo sua base antiga de
fãs e conquistando novos. O grupo teve mudanças consideráveis em sua formação,
fato que evidentemente alterou sua forma de compor. Com o tempo foi se
distanciando de suas raízes, soando cada vez mais polido, mais sério e maduro.
O Power Metal veloz e melódico de outrora deu lugar a um som mais simples e
direto, flertando com o AOR, o Prog e até mesmo o Pop. Teve gente que gostou,
teve gente que odiou. Eu mesmo adorava a banda no começo da carreira e a partir
do “Unia” (2007), parei de acompanha-los. Em “Pariah’s Child” (2014) tentaram
resgatar sua sonoridade mais antiga, porém, não tiveram tanto sucesso como
esperado. O que deveríamos então esperar desse novo trabalho “The Ninth Hour”? Infelizmente,
nada mudou drasticamente. Continuam fazendo um mix de seus trabalhos mais
recentes, com composições “comportadinhas” demais, naquele mid-tempo, com uma
notória ausência de agressividade no som, parece aquele time de estrelas que
entra em campo fazendo corpo mole, dispostos a empatar o jogo. Então o disco é
uma completa porcaria? Obviamente que não, existem bons momentos. Não é porque
o Sonata não soa mais como o Sonata que gostaríamos de ouvir, que faz com que o
álbum seja ruim. Apenas não é tão sensacional como poderia ser. A maravilhosa
capa já faz com que esse trabalho ganhe pontos extras – belíssima direção de
arte, fotografias, lindo encarte, tudo embalado em um luxuoso digipack. As duas
primeiras faixas ganharam vídeo e foram divulgados pela Nuclear Blast, além de
“We Are What We Are”, uma balada bonitinha, mas sem sal. Talvez “Life” tenha
sido a melhorzinha dentre as escolhidas, só não digeri muito bem o refrão "La
la la laaaa lala lala la la la!". “Fairytale” deu uma bela melhorada na
audição, uma música mais pra cima, animada e mais veloz, com um timbre
interessante das guitarras, lembrando um pouco do que o Almah vem fazendo. O
disco segue intercalando faixas velozes (e boas) com outras lentas (e
melancólicas), fazendo com que a audição seja bem balanceada. O finalzinho do
álbum é de dar sono e o cover de “Run To You” do Bryan Adams ficou perdido ali,
sem muita necessidade. “The Ninth Hour” se mostra um disco repleto de altos e
baixos, mostra uma banda ainda confusa sobre sua verdadeira identidade musical,
misturando de tudo um pouco que sua carreira já apresentou. Espero que o Sonata
Arctica finalmente encontre seu caminho e possa dar firmes passos para
continuarem, seja lá qual for o estilo que decidam seguir.
Contato: https://www.facebook.com/sonataarctica
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