domingo, 22 de janeiro de 2017

Review: In Flames – Battles

(Gravadora: Nuclear Blast / Shinigami Records)

Por Pedro Humangous

Essa geração chata e exigente deixou as bandas confusas. Pode reparar como os grandes nomes, com uma carreira estabilizada, se perderam após o “boom” da internet. As pessoas querem sempre inovação, com isso os músicos tentam se reinventar a cada novo álbum e acabam perdendo o rumo. Isso aconteceu com o Hammerfall, Sonata Arctica, Trivium, Opeth, até o Iron Maiden. Claro, as próprias bandas se dizem cansadas de tocar as mesmas coisas, que amadureceram. Mas no fundo, a gente quer mesmo é ouvir aquele som que fez com que gostássemos de tal banda desde o princípio. E com o In Flames não foi diferente. A cada novo disco eles foram se distanciando do clássico Melodic Death Metal que fez tanto sucesso na década de 90 com discos como “Clayman”, “The Jester Race”, “Whoracle” e “Colony”. Em “Sounds Of A Playground Fading” a coisa começou a tomar novos, e questionáveis, caminhos, passando pelo pouco inspirado “Siren Charms”, de 2014. Eu li essa frase em algum lugar e confesso que se aplicou bem ao In Flames: “se tocasse Metal nos elevadores, “Battles” seria um disco perfeito”. A verdade é que esse novo trabalho é um verdadeiro sobe e desce mesmo. Algumas músicas bem legais, com riffs interessantes que remetem aos bons discos dos anos dois mil, como “A Sense Of Purpose” e “Come Clarity”. Em compensação, temos outras composições juvenis, simplórias, com refrãos bonitinhos (beirando a sonoridade Emo), programados para grudar no seu cérebro. Uma coisa é certa, a agressividade se foi, o som ficou cada vez mais mecânico, no piloto automático, seguindo uma fórmula de “sucesso”(?). Para curtir esse álbum é preciso entender que a banda definitivamente mudou, não podemos fazer comparações com seu passado e procurar entender seu novo direcionamento, tentar absorver o que há de bom nessas composições. De fato as músicas estão mais sensíveis, mais acessíveis e em busca de renovação – tanto em sua roupagem musical quanto, provavelmente, em sua base de fãs. As duas primeiras faixas, “Drained” e “The End” são realmente boas e empolgantes, infelizmente “Like Sand”, que vem na sequência, funciona como um balde de gelo, “bobinha” e arrastada, é skip na certa. Outro destaque positivo vai para “Underneath My Skin”, com uma construção interessante e um trabalho de vocais muito bom. A versão nacional conta com quatorze músicas, sendo as duas últimas como bonus tracks. No geral, após ouvir o “Battle” por diversas vezes, posso dizer que é um ótimo disco de Alternative Rock. 


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