Algumas bandas simplesmente
gostam de ser underground. E não há nada de errado nisso. O Gestos Grosseiros
parece ser uma delas. Sempre vi o trabalho deles sendo comentado ou exposto na
mídia, mas só agora pude parar para apreciar o som que fazem. O Death Metal
mais seco e cru é muito bem vindo e soa totalmente old school. O estilo de
gravação também ajudou muito nesse resultado final, deixando os instrumentos
mais cavernosos. O vocalista Andy Souza – que também é o baterista – é
excelente, abusa com vontade do poderoso gutural que possui. Isso sem falar dos
gritos rasgados que dão suporte às linhas vocais nas músicas. As guitarras de
Kleber estão fortes e cortantes, esbanjando competência nas bases e nos solos.
O timbre encorpado do baixo de Danilo Dill segura o peso através de uma técnica
precisa. O disco é bem interessante quando paramos para notar cada detalhe das
composições, porém, as músicas acabam soando um pouco repetitivas da metade pro
final. Uma das faixas mais interessantes é a “Evil Witness”, que varia bastante
o tempo e mostra um lado mais técnico de toda a banda. É possível notar algumas
influências de Thrash Metal no som do Gestos Grosseiros, e um exemplo disso é a
última música do disco, um cover para “Extreme Agression” do Kreator – que
ficou brutal nessa versão. “Satanchandising” é um ótimo registro de uma banda
do underground nacional. Talvez se apostassem em um estilo de gravação melhor e
dessem uma reestruturada na parte visual (logotipo e arte das capas), pudessem
avançar um pouco mais, tanto aqui no Brasil quanto no exterior. Mesmo assim, um
belo disco! Nota: 7,5
Por Pedro Humangous.
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