domingo, 16 de abril de 2017

Review: Immolation – Atonement


Por Pedro Humangous

É interessante ver como a Nuclear Blast tem apostado suas fichas no mercado da música mundial. A variedade de lançamentos da gravadora impressiona pela diversidade de estilos, investindo em nomes consolidados e em nomes ainda pouco conhecidos. E aqui no Brasil nós temos o privilégio de ter a Shinigami Records que surfa na mesma onda, trazendo material inesperado e de qualidade às prateleiras brasileiras – quem ganha com isso são os headbangers colecionadores de material físico, que mantém esse mercado vivo. O Immolation, desde seu surgimento com “Dawn Of Possession”, em 1991, pouco mudou em sua sonoridade e dificilmente desapontou em algum lançamento. Uma banda muito linear, coesa e precisa, entregando aquilo que se propôs a fazer e certamente aquilo que seus fãs desejam ouvir. Em um mundo cheio de inovações, o Immolation prefere se manter na tradição, sem grandes invenções ou modismos. É claro que, após 25 anos de estrada, os caras deram uma mexida aqui e ali, evoluíram como músicos e se utilizaram das novas tecnologias que foram surgindo – e o exemplo disso é a excelente qualidade de produção e gravação desse material. Mesmo sendo um Death Metal brutal, é incrível como podemos ouvir com clareza cada instrumento, tudo muito bem equalizado e mixado à perfeição. A maravilhosa arte da capa, feita pelo experiente Par Olofsson, deu ainda mais impacto e destaque à “Atonement”, esse que é o décimo disco na carreira dos americanos – detalhe para o velho logotipo que finalmente retorna às capas da banda após ter sido utilizado somente nos dois primeiros álbuns. Formada por Ross Dolan (vocais e baixo), Robert Vigna (guitarras), Alex Bouks (guitarras) e Steve Shalaty (bateria), cada membro desempenha absurdamente bem seu papel na banda, extremamente técnicos e criativos, juntos compuseram onze faixas do mais puro e avassalador Metal da Morte. É legal, pois souberam dosar muito bem as partes mais velozes, repleta de blast beats e riffs de entortar o pescoço, com momentos mais obscuros, arrastados, quase Doom. Essa alternância deu mais dinâmica ao disco, deixando a audição menos cansativa e mais interessante após seus quase quarenta e cinco minutos de duração no total. Destaque para os vocais, ultra cavernosos, mas ainda assim totalmente compreensíveis, que lembraram bastante o personagem da banda Dethklok (Nathan Explosion). Mesmo se tratando de músicas agressivas, as composições do Immolation conseguem ser facilmente digeridas e se tornam acessíveis aos ouvidos em poucas audições – como pode ser notado na faixa “Lower”, por exemplo. Os solos e os riffs também merecem nota, pois estão todos inspiradíssimos e de tirarem o fôlego, dá pra notar que foram muito bem pensados e trabalhados. Minhas favoritas nesse álbum são “The Distorting Light”, “Thrown To The Fire” e “Destructive Currents”, uma trinca surrealmente assustadora e viciante! Em vários momentos sentimos a energia do Death Metal clássico dos anos 90, mas ao mesmo tempo é possível notar o lado mais moderno da banda, tudo passeando com naturalidade dentro da mesma música. Obviamente, com uma história fantástica dentro do Heavy Metal, seria injusto comparar “Atonement” com seus primórdios, porém, é justo dizer que se trata de um dos melhores discos da carreira do Immolation! Obra prima do estilo com imprescindível audição!


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