Por Pedro Humangous
É interessante ver como a Nuclear
Blast tem apostado suas fichas no mercado da música mundial. A variedade de
lançamentos da gravadora impressiona pela diversidade de estilos, investindo em
nomes consolidados e em nomes ainda pouco conhecidos. E aqui no Brasil nós
temos o privilégio de ter a Shinigami Records que surfa na mesma onda, trazendo
material inesperado e de qualidade às prateleiras brasileiras – quem ganha com
isso são os headbangers colecionadores de material físico, que mantém esse
mercado vivo. O Immolation, desde seu surgimento com “Dawn Of Possession”,
em 1991, pouco mudou em sua sonoridade e dificilmente desapontou em algum
lançamento. Uma banda muito linear, coesa e precisa, entregando aquilo que se
propôs a fazer e certamente aquilo que seus fãs desejam ouvir. Em um mundo
cheio de inovações, o Immolation prefere se manter na tradição, sem grandes
invenções ou modismos. É claro que, após 25 anos de estrada, os caras deram uma
mexida aqui e ali, evoluíram como músicos e se utilizaram das novas tecnologias
que foram surgindo – e o exemplo disso é a excelente qualidade de produção e
gravação desse material. Mesmo sendo um Death Metal brutal, é incrível como
podemos ouvir com clareza cada instrumento, tudo muito bem equalizado e mixado
à perfeição. A maravilhosa arte da capa, feita pelo experiente Par Olofsson,
deu ainda mais impacto e destaque à “Atonement”, esse que é o décimo disco na
carreira dos americanos – detalhe para o velho logotipo que finalmente retorna
às capas da banda após ter sido utilizado somente nos dois primeiros álbuns. Formada
por Ross Dolan (vocais e baixo), Robert Vigna (guitarras), Alex Bouks
(guitarras) e Steve Shalaty (bateria), cada membro desempenha absurdamente bem
seu papel na banda, extremamente técnicos e criativos, juntos compuseram onze
faixas do mais puro e avassalador Metal da Morte. É legal, pois souberam dosar muito
bem as partes mais velozes, repleta de blast beats e riffs de entortar o
pescoço, com momentos mais obscuros, arrastados, quase Doom. Essa alternância
deu mais dinâmica ao disco, deixando a audição menos cansativa e mais
interessante após seus quase quarenta e cinco minutos de duração no total. Destaque
para os vocais, ultra cavernosos, mas ainda assim totalmente compreensíveis,
que lembraram bastante o personagem da banda Dethklok (Nathan Explosion). Mesmo
se tratando de músicas agressivas, as composições do Immolation conseguem ser
facilmente digeridas e se tornam acessíveis aos ouvidos em poucas audições –
como pode ser notado na faixa “Lower”, por exemplo. Os solos e os riffs também
merecem nota, pois estão todos inspiradíssimos e de tirarem o fôlego, dá pra
notar que foram muito bem pensados e trabalhados. Minhas favoritas nesse álbum
são “The Distorting Light”, “Thrown To The Fire” e “Destructive Currents”, uma
trinca surrealmente assustadora e viciante! Em vários momentos sentimos a
energia do Death Metal clássico dos anos 90, mas ao mesmo tempo é possível
notar o lado mais moderno da banda, tudo passeando com naturalidade dentro da
mesma música. Obviamente, com uma história fantástica dentro do Heavy Metal,
seria injusto comparar “Atonement” com seus primórdios, porém, é justo dizer
que se trata de um dos melhores discos da carreira do Immolation! Obra prima do
estilo com imprescindível audição!
Contato: https://www.facebook.com/immolation
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